MUNDO VIRTUALMENTE CORRETO.

BY: Carlos Alexandre Rossigalli da Silva

Imagine uma cidade, uma grande cidade, uma metrópole, onde você encontra todo o tipo de perigo, todo o tipo de induzimento, de sedução, de ocorrências flagrantes de crimes. Você vira a esquina de uma rua qualquer, e você encontra flagrâncias de furto, ameaças, crimes contra a honra, prostituição, sedução de menores, pornografia infantil, formação de quadrilha, crimes de estelionato, pedofilia, terrorismo, racismo e até crimes contra a imagem.

Imagine uma cidade, onde existem pessoas que se aproximam de você e de seus entes apenas para tirar proveito, pessoas que mentem quanto a sua verdadeira pessoa, pessoas que apesar de parecerem de boa índole, escondem um perfil criminoso assombroso, ou pessoas que se quer existem de verdade.

Agora imagine essa cidade, em tese assombrada, sendo explorada por seu filho, menor, inexperiente e totalmente indefeso frente a esses malefícios que o rodeiam esperando uma brecha, um descuido, para seduzi-lo.

Assim, é a vida virtual, a rede de internet, interfaces, o mundo cibernético ao qual estamos expostos hoje.

O mundo cibernético, trouxe à sociedade moderna, muitos beneficios e um salto enorme para a evolução da humanidade, seja pessoal, profissional, de cunho individual, coletivo ou simplesmente para relacionamento interpessoal em caráter afetivo ou na busca do crescimento profissional.

Podemos sem sair de casa, simplesmente, navegar pelo mundo todo, descobrir coisas que se quer imaginaríamos que existiam, criar coisas e compartilhar informações, contudo, junto a toda essa facilidade e beneficio, esta aderente o maleficio de toda essa virtualização de condutas, muitas vezes, ficitícias ou anônimas. Nunca a frase “o que você faria se ninguém pudesse te ver ?” , teve tanta importância, tanta relevância e tanto sentido, quanto agora com a virtualização da vida. Li uma vez, em uma frase de perfil de um amigo o seguinte dizer “caráter é tudo aquilo que fazemos, quando ninguém está olhando !”.

Logo, podemos controlar nossas atitudes, tão e somente, as atitudes alheias, infelizmente, não nos pertencem, essas atitudes seguem os perfis (psicológico e fisico) de seus titulares, desta feita, se alguém já nasce ou se torna predisposto ao crime e desfruta dessa ferramenta que lhe permite o anonimato, destarte, suas atitudes se tornam preocupantes e cabe a nós nos precavermos para nossa proteção e dos nossos entes.

Em meio a toda essa mudança de vida, presenciamos nossos jovens, mais horas empenhados em melhorar sua vida virtual, seus perfis de apresentação em uma página de relacionamento interpessoal, expondo-se mais do que deveriam, cuidando mais de sua “ciber vida”, do que empenhando-se em sua vida real, criando, desta forma, o que dizemos ser uma “second life”, onde podemos ser virtualmente, tudo aquilo que não conseguimos ser na vida real, e isso é preocupante, pois muitas pessoas utilizam dessa excelente ferramenta chamada internet, para o cometimento de crimes, de atitudes que não teriam coragem de fazer, expondo-se na vida real.

Cabe a sociedade, prevenir, coibir, e acima de tudo, punir essas atitudes, seja na esfera extrajudicial ou judicial, em caso de crimes.

Contudo, os principais alvos desse mundo virtual são as crianças e os adolescentes, hipossuficientes de experiência, que veêm em uma conversa despretensiosa com algum estranho, a chance de testar sua sensualidade, sua personalidade, e, acima de tudo trocar informações que não conseguem ter com seus pais. Quando isso ocorre, e do outro lado existem pessoas de má indole, mal intencionadas, esses maus usuários veêm uma excelente chance para aproveitar-se dessa ingenuidade para o comentimento de suas ações criminosas.

Basta um pequeno passeio no mundo virtual e constatamos vários videos de menores em situações atentatórias ao pudor, fotos furtadas, extraviadas e colocadas em sites que fogem a intenção de seus titulares. O termo “caiu na rede”, hoje quando ouvido já traz implicito o carater de ilegalidade, e nos aguça a curiosidade que faz parte da conduta humana adulta, quem dirá das crianças em formação de “persona.”

Todavia, os pais devem se fazer presentes, tanto quanto em relação a fiscalização do que os filhos estão vendo, pesquisando, quanto a sua atualização frente a esta nova e eminente ferramenta de pesquisa e de trabalho, que hoje se tornou tão essencial quanto um televisor ou uma pasta de executivo, onde encontramos assuntos a serem pesquisados de milhares de anos passados até informações acontecidas há segundos atrás, isso tudo apenas a um clique, tanto para o bom uso, quanto para o mau uso.

Sendo assim, quando em milhares de anos atrás quando houve a primeira conduta criminosa, capitulada nos anais da história, jamais imaginaria àquela sociedade que presenciou tal fato, de que milhares de anos e gerações a frente, existiriam inúmeras condutas criminosas capituladas e realizadas, também, devemos atentar para esta nova geração de criminosos e de crimes, pois o que presenciamos é um novo mundo sendo criado dentro do nosso mundo.

Muitos programas foram criados, para inibir e punir os “criminosos cibernéticos”, ou “ciber-criminosos”, também conhecidos por hacker’s (piratas da rede) ou cracker’s. Programas como antivírus, anti spyware’s, anti spam’s , auxiliam cada usuária na defesa de seu sistema, e outros criados para auxiliar as Policias Judiciária (civil), a Policia Militar e a Policia Federal, no combate aos crimes cibernéticos, contudo, são apenas algumas técnicas, alguns programas como o criado pelo “google” que registra e armazena arquivos digitados e enviados, mesmo que depois sejam excluidos ou alterados, permanecendo em seu arquivo, ou programa de identificação como o de “recuperação visual da informação”, utilizado nos casos de crimes de pornografia infantil, sendo que até já foram criadas delegacias com delegados especializados em crimes cibernéticos, que utilizam-se de meios investigativos multidisciplinar, conhecido pela junção dos meios de investigação tradicional, adequando-o as investigações modernas que envolvem o uso de meios computacionais, perícia forense computacional, com peritos especializados e programas como os descritos acima, além da especialização de investigadores e autoridades policiais.

O perfil da Policia Civil, vem evoluindo e mudando positivamente em favor da sociedade e da sua crescente evolução, muitos delegados concursados atualmente, desfrutam além do valioso conhecimento penal e constitucional, também, amplo e aprofundado conhecimento jurídico na área cibernética, sempre se atualizando e buscando mecanismos de combate a esses crimes, e, punições a esses ciber criminosos, como é o caso do Delegado de Policia do Estado de São Paulo, o Dr. Higor Vinicius Nogueira Jorge, que além das atribuições constitucionais da Policia Judiciária a qual está adstrito, vai além e já se especializa em uma nova modalidade de crimes, os crimes cibernéticos, fazendo jus a seu arrojo policial na busca da essência criminal e em seu combate, de sua capacidade em captar e delegar na solução de crimes, de sua jovial e recente carreira de delegado atribuída a sua história familiar, sem falar de sua sapiência jurídica, que dispensa apresentação.

A sociedade, portanto, conta com uma policia preparada e sempre se atualizando no combate a todo tipo de crime, e suas evoluções, nela incluindo todos os órgãos da segurança publica, seja no âmbito Federal, Estadual e Municipal, inclusive as Guardas Municipais. Contudo, cabe também, a própria sociedade e a família em especial, o primeiro combate ao crime, eliminando-o em sua essência, com a educação e fiscalização de seus filhos, pois desfrutam do “pátrio poder”.

Sendo muito melhor a aplicabilidade do “pátrio poder” do que o do “jus puniend”.



POST SCRIPTUM: O PRESENTE ARTIGO NÃO POSSUI A INTENÇÃO DE COMPARAR OS BENEFICIOS DA INTERNET, COM SEUS MALEFÍCIOS, POIS OS BENEFÍCIOS SÃO INFINITOS E SEQUER FORAM EXPLORADOS AINDA. O PRESENTE ARTIGO POSSUI, SIMPLESMENTE, O INTUITO DE ALERTAR SOBRE O RISCO DO MAU USO DA INTERNET, E DA FALTA DE FISCALIZAÇÃO DOS PAIS EM RELAÇÃO ÁS CONDUTAS DE SEUS FILHOS FRENTE A ESTE NOVO MUNDO.


Carlos Alexandre Rossigalli da Silva; é membro da Guarda Municipal da Estância Turística de Santa Fé do Sul, Patrulheiro e Socorrista, desde sua fundação em 18 de Junho de 2004. Graduado em Direito desde 2008, pela Faculdade FUNEC, Fundação Municipal de Educação e Cultura, Advogado (Licenciado), Especializando em Direito Penal e Constitucional.